CCR AutoBAn / Complexo Anhanguera
Locabens opera gruas acima das vias mais movimentadas do país.
Na última sexta-feira (06), o governador em exercício, Alberto Goldman, esteve na zona oeste da capital paulista para vistoriar os trabalhos do Complexo Anhanguera. E em um dos canteiros de obras instalados no entroncamento entre a Rodovia Anhanguera (SP 330) e a Marginal Tietê, Goldman afirmou que a primeira de três pontes planejadas para o Complexo (já apelidado de “Novo Cebolão”), será inaugurada em breve.
Com 596 metros de extensão, o trecho oferecerá acesso expresso entre a Rodovia e o bairro da Lapa, facilitando o trânsito para mais de 100 mil automóveis que atualmente usam a ponte Atílio Fontana (que será reformada) todos os dias.
Essa novidade representa apenas o aprimoramento inicial revelado pelo projeto de R$ 410 milhões, que possui orçamento superado somente pelas obras do Metrô paulistano. Porém, 100% bancado pela iniciativa privada, através da CCR – Companhia de Concessões Rodoviárias, controladora da concessionária AutoBAn, que administra as rodovias Anhanguera e Bandeirantes.
Iniciadas em abril de 2007 e com previsão de inauguração definitiva após 36 meses, as obras do Complexo Anhanguera são coordenadas pela Engelog, empresa que coordena as áreas de planejamento e de engenharia da CCR e fará alterações na própria Rodovia (até o km 19), em quatro bairros paulistanos (Parque São Domingos, Jaraguá, Vila Leopoldina e Lapa), e ainda em oito quilômetros da Marginal Tietê e vias de acesso, desde complexo da Rodovia dos Bandeirantes (SP 348) até o município de Osasco.
Ao todo, segundo o projeto apresentado pela Secretaria dos Transportes, serão beneficiados cinco municípios da Grande São Paulo (Osasco, Caieiras, Franco da Rocha, Francisco Morato e Cajamar) e doze bairros da região oeste da capital. Modificações que pretendem aumentar a fluidez no trânsito da Marginal e de toda a região separando o tráfego pesado do movimento urbano de veículos, e afetarão significativamente o cotidiano de 3,5 milhões de pessoas.
Quando alcançados, objetivos tão significativos serão resultado de um empreendimento com soluções e números não menos expressivos. Responsáveis por erguer as três grandes pontes (além da via SP330/Lapa, serão criadas outras duas pontes com 524m cada, ligando a Rodovia à pista sul da Marginal) e os principais viadutos do complexo, as construtoras Camargo Corrêa e Seveng Civilsan revelam que a construção dessas vias está sendo executava através de balanços sucessivos.
Nessa técnica, a própria fôrma autoportante é usada para construir os trechos das pontes, e por isso, é possível dispensar operações de cimbramento realizadas no processo convencional. “Ou seja, cada segmento em balanço avança a partir dos pilares até o fechamento completo do vão”. Explica Paulo Bianchi, engenheiro da Camargo Corrêa.
O presidente da Engelog, Paulo César de Souza Rangel, informou que devido à extensão das obras, divididas em várias frentes de trabalho, e principalmente por conta do tráfego intenso de veículos na região, houve a necessidade de pulverizar as instalações necessárias ao apoio logístico. “Tornou-se aconselhável a montagem de diversos canteiros de obras, embora em espaços exíguos, para atender a diversidade de nossas exigências” explica Paulo Rangel.
Desde o mês de março de 2008, foram implantadas duas gruas Potain modelo MC 85A, com ~45m de altura e lanças que atingem 50m de raio, uma em cada margem do Tietê. E enquanto milhares de veículos transitam freneticamente pelas 16 pistas expressas e marginais do local todos os dias, esses equipamentos elevam, transportam e auxiliam na montagem de todas as formas para concretagem, armações das estruturas, materiais e equipamentos, cobrindo com agilidade e segurança, cerca de 60% da área central (pontes) dos três grandes canteiros de obras nesse trecho do Complexo.
Segundo Paulo Carvalho, diretor técnico da Locabens, empresa responsável pelo planejamento, instalação e operação dessas gruas, a atenção em executar a construção com segurança e sem complicar ainda mais o trânsito da região é uma preocupação permanente no projeto. “Nosso equipamento têm capacidade para elevar até cinco toneladas há uma altura de 34,5 metros. Já nas extremidades das lanças, há 50 metros da torre, podemos movimentar 1,3 toneladas facilmente. Porém, especificamente nesse empreendimento, a preocupação com a segurança esteve presente desde o primeiro contato que mantivemos com o time da Camargo Corrêa, e por isso a opção por contar com duas gruas de tamanho médio, atuando simultaneamente”, comenta.
Durante os 14 meses de trabalho intenso previstos para a construção das pontes e viadutos no entroncamento das vias, os finais de semana serão usados para execução de procedimentos em que é necessário interromper o trânsito em algumas das pistas da Marginal. O empreendimento contará com o empenho de mais de mil operários, sob o comando de 4 engenheiros e inúmeros equipamentos, que além das gruas, incluem guinchos, betoneiras, caminhões que realizam, tanto escoamento quanto transportam materiais para a obra, e veículos de uso interno. Segundo Bianchi, o projeto prevê mil e seiscentas toneladas de aço e vinte mil metros cúbicos de concreto. “Não chega a ser um empreendimento tão grande, se comparado aos outros em que já atuamos. Mas movimentar tanto material em canteiros de obras cortados pelas vias com o maior trânsito de veículos do país, isso sim, é um grande desafio para todos!” afirma.
“O modelo MC85A oferece excelente performance de trabalho, com baixa emissão de ruídos e consumo energético pequeno. Além disso, é possível implantar esse modelo de grua com diferentes configurações de base e de torre, em alternativas de lanças variáveis a partir de 25 até 50 metros de raio. Como os a duas usadas na Anhanguera”, explica Paulo Carvalho. “Se eficiência com versatilidade já são características fundamentais em todas as gruas Potain, o desempenho surpreendente desse modelo em situações e locais adversos, nos fez apostar nele como o carro chefe da empresa. Encerramos 2008 com 51 unidades em operação por todo o país e em 2009 planejamos um incremento de outras dez MC85A”
Durante a vistoria o vice-governador destacou a importância do Complexo para a grande São Paulo: “Trata-se de uma intervenção que vai facilitar toda a movimentação na marginal Tietê, nas suas entradas e saídas. E irá melhorar o tráfego também na própria Via Anhanguera. É uma mudança em todo sistema de tráfego, melhorando o trânsito na cidade de São Paulo e nas rodovias”.
Quando as obras do entroncamento entre Rodovia e Marginal Tietê estiverem finalizadas, somente onde hoje existem canteiros de obras, haverá três novas pontes, dois novos viadutos e trevos eficientes ligando a Anhanguera à pista Norte da Marginal. Entretanto, o Complexo Anhanguera ainda terá executado outro trevo para retorno no km 14,5 da SP330, um novo viaduto e trevo de acesso à avenida Mutinga (km 15,5 da SP330), dois novos viadutos e trevo no bairro do Jaraguá (km 18 da SP330), mais um trevo para retorno no km 19 da SP330, seis quilômetros de novas vias marginais à Rodovia, sete quilômetros de faixas adicionais, cinco novas passarelas, além da remodelação de outras já existentes, e diversos novos pontos de ônibus. Melhorias que não solucionarão completamente os freqüentes congestionamentos da região, mas certamente irão contribuir nesse processo.
Potain MC 85 A
70 Toneladas métricas
Lança de 50 metros (intercambiável com lanças de 25 até 50m)
Altura de até 34,5 metros úteis sem ancoragens
Altura de trabalho na obra: 34,5m
Carga máxima de 5t
Carga a 50m: 1,3t