Qual a Grua certa para a sua obra?

As gruas (Guindastes de torre) são equipamentos essenciais para a construção civil, e seu uso tem sido cada vez mais comum nos canteiros de obra brasileiros.

Temos um caminho ainda longo até chegarmos ao nível de utilização da Europa por exemplo, onde qualquer tipo de obra conta com equipamentos de elevação e transporte.

Parece óbvio para a maioria a exigência de ter equipamentos de elevação e transporte em obras, mas na realidade mais de 70% das obras verticais no Brasil não possuem estes equipamentos, número este que ainda aumenta quando consideramos obras mais horizontais.

Na cultura da construção predial brasileira infelizmente é aceitável se ter descarga manual de materiais na obra. Para os europeus ou americanos isso é uma temeridade, pois não se imagina o uso de força humana para transporte de materiais. Estamos falando de riscos ergonômicos, de saúde  e de segurança.

Não é preciso adquirir um equipamento de alto custo para ter transporte de materiais na sua obra, é possível alugar estas máquinas de empresas especializadas. A locação de máquinas não chega a 2% do custo da estrutura e via de regra se paga apenas na redução de mão de obra perdida em atividades que praticamente não agregam valor.

Há quem diga que o uso destes equipamentos é baixo no Brasil por conta do baixo custo da mão de obra. Isso não é verdade. Na China por exemplo o uso de gruas é o maior do mundo e a mão de obra por lá tem um custo muito inferior ao nosso, sem contar exigências trabalhistas e de segurança.

Isso posto, qual a grua ideal para o seu empreendimento?

A primeira análise deve ser em função do porte do equipamento, pois dependendo do método construtivo a demanda de carga pode ser maior ou menor. Em obras de estrutura convencional normalmente se considera cargas de 1500 a 2000Kg (Carga na ponta da lança), pois o equipamento se destinará na maior parte do tempo na descarga e transporte de aço, blocos e concretagens.

Se o método construtivo conta com elementos pré-moldados ou formas metálicas por exemplo, o peso a ser considerado deve ser o da peça mais pesada.

Em todos os casos, com base neste peso conhecido, basta definir o comprimento de lança em função dos pontos máximos de carregamento para se ter o porte do equipamento necessário.

Sabendo o porte, precisamos definir o tipo de grua. Neste quesito temos os tipos:

Grua fixa sobre pés chumbadores: Grua fixada sobre um bloco de concreto e que normalmente é instalada na lateral de uma edificação. Uma variação deste modelo é o uso de chassis ao invés de pés chumbadores. Com o chassis evita-se a necessidade de um bloco de concreto armado, entretanto se tem um custo adicional de transporte e de montagem.

Grua ascensional: A diferença neste tipo é que ao invés de se ter uma torre que fica na fachada de uma edificação, este modelo se apoia nas lajes e sobe junto com a evolução da edificação. O ponto positivo deste modelo é que não é necessário ter uma torre com a altura da edificação, já que um pequeno trecho de torre sobe junto com a obra. Como ponto negativo temos a complexidade da desmontagem e toda engenharia para implantação do equipamento na estrutura da edificação.

Grua de lança móvel (Basculante): Trata-se de um modelo de grua que pode tanto ser do tipo fixa como ascensional. A diferença deste modelo é o fato da lança bascular e permitir que seja montada em locais com interferências como prédios vizinhos ou em locais com outros equipamentos ou gruas no mesmo raio de giro. Apesar do ponto positivo ser toda essa versatilidade, trata-se de uma máquina mais cara e com uma velocidade de operação um pouco menor que a da grua de lança horizontal.

De uma forma bem resumida são estes os pontos básicos para a definição da grua para a sua obra. Há diversos outros pontos a serem considerados em uma implantação como logística de montagem, interferências dentre outros pontos. O importante é escolher uma empresa fornecedora sólida e com um bom nível técnico para que se tenha o melhor deste fantástico equipamento.