Prospecção de Petróleo

Petrobras divulga planos para novas plataformas.

Ainda em 2009, a Petrobras irá contratar e iniciar a construção de seis novas plataformas de produção de petróleo, além de organizar licitações para outras oito unidades destinadas à exploração das reservas localizadas no pré-sal, todas elas construídas no dique seco da cidade de Rio Grande-RS, com previsão de finalização entre 2011 e 2017.

Entre os projetos já aprovados estão as plataformas P-57 e P-58, que vão operar no Parque das Baleias–ES, e a P-62, que será instalada no campo do Roncador, na Bacia de Campos – RJ; cada uma com capacidade de gerar 180 mil barris petróleo por dia.

De acordo com o gerente de Exploração e Produção da Petrobras para as regiões Sul e Sudeste, José Antônio de Figueiredo, entre as plataformas que estão previstas para iniciar construção nesse ano, estão a P-61 e a P-63, que produzirão no campo de Papa-Terra, também em Campos. As duas unidades compõem um novo tipo de projeto que será implantado pela Empresa -ainda inédito no País- que é a instalação de uma TLWP (módulos/plataformas construídos em terra e montados sobre uma peça única, ancorada no fundo do mar através de sistema de tensão especialmente concebido). “A meta é que, juntas, as duas plataformas superem 200 mil barris de petróleo por dia!”, informa Figueiredo.

Até o final de março, a Petrobras receberá as primeiras peças -vigas e nós- da estrutura do convés da plataforma P-55. Nessa primeira remessa, virão aproximadamente 40 itens, que integram os 495 componentes metálicos usados em toda a plataforma, e que significam necessidade de transporte, movimentação e montagem de cinco mil toneladas de material.

Todos os componentes da P-55 serão estocados em uma área de 10 mil metros quadrados, especialmente preparada na lateral direita do dique seco de Rio Grande, próxima ao local onde, em 2008, o Consórcio QUIP empreendeu a montagem da P-53, que contou com a colaboração especializada da Locabens.

Na ocasião, a Locabens disponibilizou duas Gruas Torre, com capacidade de 360 t/m cada, 40m de altura por 50m de lança, com 12 t de capacidade máxima de carga, sendo 6 t a capacidade de ponta. “Para montagem e desmontagem das gruas, usamos guindastes de grande porte sobre esteiras. E desde o início das operações, em dezembro de 2007, até o término da plataforma em setembro de 2008, trabalhamos no regime 24/7, ou seja, 24 horas de operação por dia, durante os 7 dias da semana.” Relembra Afonso Carvalho, diretor da Locabens.

O valor total do empreendimento, no caso da P-53, foi de US$ 552 milhões. Já na P-55, a Petrobras planeja investir US$ 1,5 bilhões. A diferença entre os valores se deve ao modelo de cada projeto. No caso da P-53, uma Unidade de Produção Flutuante – UPF, ou seja, montada sob o casco de um navio e com autonomia de 25 anos sem necessidade de remoção para manutenção. A P-55, entretanto, será construída como semi-submersível, ou seja, uma super estrutura de caixas em aço, apoiada em pernas unidas por uma base nas extremidades inferiores. O conjunto completo se assemelha a um enorme “iceberg metálico”, que flutua em alto mar e mantém boa parte da sua estrutura submersa a 50m de profundidade. Modelo que leva vantagem com relação às UPF, por não exigir remoção para manutenção. Segundo o diretor técnico da Locabens, Paulo Carvalho: “Nossa equipe adquiriu expertise em projetos de construção de plataformas de petróleo ao colaborar com a Petrobras e suas parceiras nos projetos da P43, P47, P48, P50, P53 e P54. E a cada novo projeto surgem necessidades específicas que desafiam a nossa Engenharia a criar soluções eficientes para movimentação de grandes estruturas, em ambientes adversos”.

No caso da plataforma P-55, que terá 90% da sua estrutura construída no dique seco, mas será montada em alto mar, no campo de Roncador, a 125 quilômetros do Cabo de São Tomé, novas necessidades para movimentação já começam a ser estudadas e ainda surgirão outras. Na construção da P53, por exemplo, para poder posicionar e fixar todos os equipamentos no convés da embarcação, as gruas da Locabens foram montadas sobre a própria plataforma, e o departamento de engenharia da empresa dimensionou estruturas especiais para a operação, de forma a compensar a possibilidade de desnivelamento devido à movimentação do mar. “O sistema de giro também foi especialmente redesenhado para aquele projeto, de forma a oferecer maior controle frente ao movimento de flutuação da embarcação e de ventos fortes”, lembra Paulo.

O prazo determinado pela Petrobras para que a P-55 entre em operação é julho de 2011, quando a plataforma iniciará produção de 180 mil barris de petróleo e 4,5 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia. “O feedback da Petrobras foi muito positivo desde o nosso primeiro contato, pois a Locabens oferece um time de operadores qualificados tanto durante as obras, quanto em programas permanentes de manutenções preventivas e corretivas, que visam suprir todas as necessidades dos projetos. Além disso, mantemos contato permanente com as equipes responsáveis pelos novos empreendimentos, e certamente vamos colaborar também nas próximas montagens” complementa Paulo.

Além das seis novas grandes plataformas, outros projetos como os da P-53 também estão nos planos da estatal brasileira. Segundo informações divulgadas no jornal O Estado de São Paulo, serão fechados contratos para a construção dos FPSOs (Floating, Production, Storage and Offloading: navios – tanque convertidos em unidades flutuantes de produção, processamento, armazenamento e escoamento) que farão o piloto das áreas de Guará e Iara, ambas no pólo pré-sal no entorno de Tupi, na Bacia de Santos – SP. De acordo com o cronograma da empresa, o primeiro deles deve entrar em operação 2013, mas ainda está indefinido se será Guará ou Iara.