Construtora Odebrecht usa gruas para montar as principais torres da terceira ponte contratada pela Venezuela.

Quando inaugurada, a obra rodoferroviária “double-deck” que a Construtora Norberto Odebrecht desenvolve sobre o maior rio da Venezuela alcançará 11.125 metros de extensão e estabelecerá uma ponte com 2.280 m de comprimento. O empreendimento contratado pelo Ministério da Infra-estrutura da Venezuela através da Fundação ProPatria 2000, está 500 quilômetros distante da capital do país e foi iniciado em 2006, com o objetivo de estabelecer a ligação entre as cidades de Caicara del Orinoco e Cabruta, para facilitar a integração entre o eixo Apure – Orinoco e as regiões Orinoquense e Amazônica.

A região não dispõe de linhas aéreas regulares, a circulação fluvial só é possível poucos meses ao ano, e há carência de fornecedores e prestadores de serviços. Desafios adicionais para as equipes do Consórcio Brave, formado pelas empresas Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projetos e Lustgarten y Asociados Ingenieros Consultores, e responsável pelo projeto executivo da obra, sob a direção da Odebrecht.

A área principal da ponte terá 840 m de extensão, com quatro vãos laterais de 120 m de comprimento e vão central com 360 m, trecho em que a ponte ficará suspensa por 60 estais em aço, fixados nas faces centrais de duas torres em forma de diamante. Apoiada nas torres, a superestrutura com 21 m de largura será construída em viga mista com caixão metálico de seção dupla (rodovia acima e ferrovia abaixo), em treliça de 12 m de altura, e laje de concreto no tabuleiro.

Em 2009, o departamento de engenharia Locabens, em conjunto com especialistas da Potain na França, elaboraram o projeto técnico para implantação de gruas durante a etapa de obras sobre o Orinoco. Segundo Paulo Carvalho, diretor técnico da Locabens, dois guindastes de torre modelo MD560B com capacidade de carga acima de 40 t, foram recomendados para suprir às particularidades do projeto. “São equipamento de alta capacidade, que trabalharão em conjunto para içar peças pré-fabricadas na montagem em um dos pilares da ponte”, afirmou o engenheiro, ao explicar que as gruas alcançarão 150 m de altura com apenas duas ancoragens. “Uma das gruas recebeu lança especial, projetada para o trabalho em conjunto de duas gruas em um só pilar. Dessa forma, o equipamento pode movimentar grandes cargas e operar com segurança ao lado de outra grua”, concluiu Paulo.

Com canteiros de obras bem organizados nas margens do rio, as equipes responsáveis pela obra usam os pré-armados em aço como os principais apoios das duas torres que sustentarão a ponte. O processo de fabricação de cada estrutura metálica com 9 m de comprimento, 7 m de largura e 40 t, leva até 21 dias e é realizado nas oficinas da obra. Depois que as enormes peças estão prontas, entram em cena as gruas de lança horizontal Potain MD560B. No segundo pilar, entretanto, a montagem será realizada somente por uma das gruas MD560B que participa das operações iniciais, auxiliada por uma grua MC475M25, com capacidade para 25 t. E segundo informações da Odebrecht, enquanto a grua principal iça e posiciona cada peça sob as torres em construção, o guindaste implantado na face oposta do pilar, é usado para posicionar precisamente os pré-armados durante o lançamento de concreto.

No período de obras, serão usadas apenas as três gruas Potain de alta performance para cumprir a missão de criar a via para transpor o Orinoco. E a contribuição oferecida pelos equipamentos da marca líder mundial no segmento terminará somente após os últimos estais serem instalados, até o final de 2015.