Andritz Botnia
Nova planta para produção de celulose no Uruguai.
As grandes indústrias especializadas na fabricação de celulose e papel continuam emigrando da Europa para regiões que lhes propiciem maior produtividade no cultivo de madeira, com custos operacionais e logísticos mais baixos. E nesse contexto, alguns países da América Latina passaram a receber atenção especial, principalmente os que possuem sistema democrático seguro, legislação trabalhista flexível, e facilidade de acesso aos principais portos para exportação.
Nos últimos anos, o Uruguai já acolheu duas grandes plantas produtoras de celulose e, ainda em 2009, uma nova fábrica começará a ser construída no distrito de Punta Pereira. Trata-se de um projeto conjunto entre duas empresas, a finlandesa Stora Enso e a espanhola ENCE, que também é proprietária de outra unidade produtiva em solo uruguaio, na região de Colônia, a 180 km de Montevidéu.
Em 2006, a finlandesa Oy Metsä-Botnia Ab, Botnia SA no Uruguai, foi a primeira indústria do ramo de celulose a levar alta tecnologia em produção e tratamento de resíduos industriais para o país, através do sistema de branqueamento TCF -Totalmente Livre de Cloro- usado para evitar a contaminação do meio ambiente e da população. Na ocasião, a empresa investiu US$ 1,2 bilhão na construção de uma moderna planta na cidade de Fray Bentos, situada às margens do rio Negro e em frente à cidade argentina de Gualeguaychú.
A empresa responsável pelo empreendimento e instalação de todo o parque fabril da nova indústria foi a também finlandesa Andritz, que é especializada em construção de plantas industriais e contou com o apoio operacional da Locabens na montagem de grande parte da estrutura. “Na época da construção da fábrica, aconteceram manifestações e surgiram dificuldades com relação aos vizinhos argentinos, que mobilizaram esforços para paralisar a construção e chegaram, inclusive, a bloquear o acesso de materiais para a obra!” Relembra Paulo Carvalho, diretor técnico da Locabens. “O nosso compromisso era colaborar com a montagem de toda a estrutura metálica do edifício onde seriam instalados os equipamentos para fabricação de celulose, e para isso, disponibilizamos uma grua Richier GT1372B com 85 metros de altura, 50 m de lança e capacidade para movimentar até 240 toneladas métricas”, complementa.
O equipamento que a Locabens usou na construção da planta da Botnia pode elevar até 18 t em raio de 12 m e 4,5 t em raio de até 50 m. Mas segundo Paulo, mais que a capacidade de elevação de estruturas e peças muito pesadas, a maior vantagem desse tipo de equipamento é a velocidade de movimentação, com grande raio e acesso a quase todo o canteiro de obras, e a alta precisão dos movimentos, assegurada pelo sistema eletrônico comandado por inversores de freqüência.
“Ao compararmos, por exemplo, o potencial de trabalho de uma grua ao de um guindaste sobre caminhão, a grua leva vantagem por apresentar velocidade de execução até 8 vezes maior! Isso acontece porque a grua não sofre limitações de capacidade em função da altura. Nos guindastes, como a parte rotativa fica próxima ao chão, o movimento de aproximação e afastamento da carga é realizado através da inclinação da lança, um processo lento e que exige redução de carga em função da altura”, informa Paulo. “A grua oferece maior agilidade, versatilidade, eficiência e, por conta da grande economia de tempo e pessoal, o investimento final se torna muito menor. Em alguns casos, representa 1/3 do custo necessário para que realizar o mesmo trabalho com outros equipamentos”, calcula.
A conclusão das obras em Fray Bentos aconteceu em agosto de 2007, e atualmente, como responsável por 700 empregos diretos e 2000 indiretos, a Botnia exporta, 1 milhão de toneladas de massa de celulose para a Europa, Ásia e Estados Unidos, anualmente.
O projeto cooperado entre Stora Enso e ENCE é maior e prevê investimento próximo à US$ 1.3 milhão, para criar uma indústria capaz de produzir 1,4 milhão de toneladas de celulose anuais, a partir de 2010. Durante o período de construção, há a expectativa de que sejam criados 10 mil postos de trabalho e, com a empresa em funcionamento, serão 500 empregos diretos e 2500 indiretos.
Preparada para os novos desafios, “no Uruguai ou em qualquer país da América Latina”, afirma Paulo, ainda em 2008 a Locabens investiu na modernização da sua frota e em novos equipamentos de grande porte, equiparados e superiores à grua Richier GT1372B que usou na planta da Botnia. Entre as novas gruas que já estão em operação no Brasil, vale destacar: